sexta-feira, 20 de março de 2009

Faz tempo q nao posto nada!
Tô muito sem tempo, mas em breve viram mais sons de primeira.
Curte esse sensacional video.
Créditos para Ander, o Magnânimo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Segue abaixo um trecho do livro Gomorra, do jornalista italiano Roberto Saviano. Trata-se de um livro reportagem sobre a máfia napolitana, Camorra. Saviano levou anos para terminar esta obra que resultou neste livro e um filme que recebe o mesmo nome, ganhador de Cannes de 2008. Uma narrativa detalhista e muitas vezes tão realista que o leitor chega a sentir a tensão do narrador. No trecho a seguir, o jornalista disserta sobre a morte e os momentos finais da vida. Achei interessante postar isso aqui, me fez pensar bastante. Aproveite!

"Quando alguém morre na rua, provoca uma gritaria horrenda ao seu redor. Não é verdade que se morre sozinho, mas com caras nunca vistas diante do nariz, pessoas que tocam pernas e braços para ver se o corpo já é um cadáver ou se vale a pena chamar a ambulância. O rosto dos feridos graves, o rosto das pessoas que estão prestes a morrer parecem acometidos do mesmo medo. E da mesma vergonha. Parece estranho, mas um momento antes de tudo acabar há como que uma espécie de vergonha. Scuorno, como dizem aqui. Um pouco como estar nú em público. A mesma sensação de quando se é ferido mortalmente na rua. Não consigo me acostumar a ver mortos na rua. Enfermeiros, policiais, todos ficam calmos, impassíveis, fazem os seus gestos automaticamente, qualquer que seja o cadáver. “Temos calos no coração e couro forrando o estômago”, disse-me um jovem motorista de rabecão. Quando se chega antes da ambulância, é difícil tirar os olhos do ferido, ainda que se preferisse nunca tê-lo visto. Nunca se compreende que aquele é o modo como se morre. A primeira vez que vi um morto assassinado tinha 13 anos. Lembro-me daquele dia muito bem. Eu havia acordado tremendamente embaraçado porque do pijama, vestido sem cueca, sobressaía uma clara ereção involuntária. Aquela clássica ereção matutina, impossível de dissimular. Lembro-me deste episódio porque, enquanto estava indo para a escola, me deparei com um cadáver na mesma situação que eu ao acordar. Eramos cinco, com as mochilas cheias de livros. Tinham baleado um Alfa Romeo que estava no nosso caminho para a escola. Meus colegas se apressaram, curiosíssimos, para olhar. Viam-se os pés do morto no encosto de cabeça do banco. O mais medroso de nós perguntou a um carabiniere por que estavam no lugar da cabeça. O carabiniere não hesitou em responder, como se não tivesse percebido a idade do seu interlocutor.
“A rajada o fez capotar..."
Eu era menino, mas sabia que “rajada” significava tiros de metralhadora. Aquele camorrista tinha levado tanta bala que seu corpo dera uma espécie de cambalhota, a cabeça indo parar no chão do carro e os pés no encosto do banco. Depois os policiais abriram a porta e o cadáver caiu no chão como um picolé derretido. Observávamos indiferentes, sem que ninguém nos dissesse que aquilo não era espetáculo para crianças. O morto tinha uma ereção. Do jeans sujo via-se claramente. E isso me impressionou. Rememorei a cena durante muito tempo. Durante dias pensei como aquilo podia ter acontecido. No que o morto estava pensando, o que estava fazendo antes de morrer. Enchi os meus dias pensando no que ele tinha em mente antes de morrer; fiquei atormentado, até quando tive coragem de pedir explicação e me disseram que a ereção era uma reação comum nos cadáveres dos assassinados. Naquela manhã, uma menina chamada Linda, do nosso grupo, quando viu o cadáver escorregar pela porta do carro, começou a chorar e se escondeu atrás de dois meninos. Um choro contido. Um policial à paisana pegou o cadáver pelos cabelos e cuspiu na cara dele. Depois, voltando-se para nós, disse:
“Por que vocês estão chorando? Ele era um lixo, não aconteceu nada, esta tudo bem. Não aconteceu nada. Parem de chorar...”
Desde então não acredito mais em cenas da polícia científica usando luvas e caminhando devagar para no deslocar pólvora e cápsulas de bala. Quando chego perto de um corpo antes da ambulância chegar e observo os últimos momentos de vida de quem está se dando conta de que está morrendo, me vem à mente o momento final de O coração das trevas, quando uma mulher pergunta a Marlowe, já de volta à sua pátria, pelo homem que ela amou. Ela pede que ele conte o que lhe disse Kurtz antes de morrer. E Marlowe mente. Responde que ele chamou o nome dela, quando na realidade não pronunciou palavra nenhuma, doce ou preciosa. Kurtz disse apenas: “O horror”. É comum pensar que a última palavra pronunciada por um moribundo, seu último pensamento, seja o mais imporianie, fundamental. Que se morre pronunciando o que valeu a pena na vida. Não é assim. Quando alguém morre, nada revela senão medo. Todos ou quase todos repetem a mesma frase, banal, simples, imediata: “Não quero morrer”. Rostos que se contrapõem ao de Kurtz, que exprimem o desespero, o nojo, e a recusa de acabar de modo horrendo, no pior dos mundos possíveis. No horror.
Depois de ter visto dezenas de pessoas assassinadas, empapadas do próprio sangue misturado à sujeira da rua, exalando odores nauseabundos, olhadas com curiosidade ou indiferença profissional, removidas como lixo perigoso ou comentadas pela turba convulsa, cheguei a uma só certeza, um pensamento tão elementar que beira a idiotice: a morte dá nojo."

[páginas 120 - 122]

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

é frança jah!



Não sei muito sobre esse grupo... novamente RELEITURAS!
São franceses que tocam os ícones da música contemporâneas em reggae. Tons de Dub marcantes como no clássico do Led Zeppelin
Whole Lotta Love e Seven Nation Army, dos irmãos-namorados-casados-amigos-inimigos-ou-seja-o-caralho-que-for The White Stripes.
Vaaaaaaaale a pena baixar, é pau pra toda obra.
Uma mistura super gostosa e bem feita!

The Dynamics - Version Excursions

01 - The Dynamic Sound
02 - Girls and Boys
03 - Seven Nation Army
04 - Land of 1000 Dances
05 - Lay Lady Lay
06 - Miss You
07 - Rockit
08 - Brothers on the Slide
09 - Music
10 - 90% of Me is You
11 - Whole Lotta Love
12 - Feel like making love
13 - The creator has a Master Plan
14 - Fever
15 - Move on Up

Manda ver!



The Dynamics - Seven Nation Army


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

George Benson - The other side of Abbey Road


Não sei o motivo pelo qual sou fisgado por releituras de sucessos musicais. Pode ser pela diferente perspectiva, um novo olhar ou somente pela sonoridade diferente. O fato é que esse álbum me prendeu a atenção, tipo televisão de cachorro, saca?
Depois de 3 semanas após a apresentação de
Abbey Road dos Beatles, George Benson se trancou no estúdio para fazer uma adaptação pop/jazz dos sucessos dos ingleses. No disco também participa o mito do trompete Freddie Hubbard, que fez aquela adaptação do tema de The Godfather, além de ninguém mais ninguém menos que Herbie Hancock. Aproveita, é sonzão!

George Benson - The other side of Abbey Road

01 Golden Slumbers
02 You Never Give Me Your Money
03 Because
04 Come Together
05 Oh! Darling
06 Here Comes The Sun
07 I Want You (She's So Heavy)
08 Something
09 Octopus's Garden
10 The End

Aqui!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

brass[jazz]monkey



Novamente vasculhando o Só Pedrada Musical, encontrei um material finíssimo!
Trata-se de uma releitura do som dos Beastie Boys, pelo mestre Reuben Wilson, que se destacou nos anos 60 como padrinho do Acid Jazz, um som mais quebradão e funkeado. Nessa pegada que o albúm
Boogaloo to Beastie foi feito. Teclados Hammond e uma levada muuuuito a pampa em clássicos como Brass Monkey, Sabotage e Intergalatic.

Reuben Wilson - Boogaloo to Beastie [2004]
1. Sabotage
2. Brass Monkey
3. So What'cha Want
4. Hey Ladies
5. Intergalactic
6. Something's Got To Give
7. Cooky Puss
8. Shake Your Rump
9. Egg Raid On Mojo
10. Namasté

Ch-ch-ch Check it out!

N.A.S.A. - Spirit of Apollo


Olha lá... Não ouço black há um tempão, mas este disco me chamou atenção pelos nomes fudidos. Kanye West, David Byrne, Method Man, Seu Jorge, M.I.A e mais uma porrada de gente. É um projeto do americano Squeak E. Clean e do Zé Gonzales, brother do Tamenpi. Aliás foi no blog dele que descobri esse jóia, deêm uma olhada lá.
Sonzera!
Destaque especial pra faixa Gifted.

N.A.S.A. - Spirit of Apollo [2009]
01. Intro
02. The People Tree (ft. David Byrne, Chali 2na, Gift of Gab & Z-Trip)
03. Money (ft. David Byrne, Chuck D, Ras Congo, Seu Jorge, & Z-Trip)
04. NASA Music (ft. Method Man, E-40, & DJ Swamp)
05. Way Down (ft. RZA, Barbie Hatch, & John Frusciante)
06. Hip Hop (ft. KRS-One, Fatlip, & Slim Kid Tre)
07. Four Rooms, Earth View
08. Strange Enough (ft. Karen O, Ol' Dirty Bastard, & Fatlip)
09. Spacious Thoughts (ft. Tom Waits & Kool Keith)
10. Gifted (ft. Kanye West and others TBD)
11. A Volta (ft. Sizzla, Amanda Blank, & Lovefoxxx)
12. There's a Party (ft. George Clinton & Chali 2na)
13. Whachadoin? (ft. Spank Rock, M.I.A., Santogold & Nick Zinner)
14. O Pato (ft. Kool Kojak & DJ Babao)
15. Samba Soul (ft. Del Tha Funkee Homosapien & DJ Qbert)
16. The Mayor (ft. The Cool Kids, Ghostface Killah, DJ AM & Scarface)
17. N.A.S.A. Anthem

Fica no segredo, mas o albúm só sai dia 17 de Fevereiro.
Coisa de jornalista!

Baixaê!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Bossamórbidanova













"a agonia de um suicida

é a mais fiel expressão da liberdade
uma nau sem amarras
que os ventos da sorte
conduzem ao porto, à morte"

Este é um dos versos da música
Com todas as letras, faixa 3 do albúm Cadáver pega fogo durante Velório do grupo do início da década de 80, Malta D'areia - junte a cabeça do Skylab, com a poesia de Augusto dos Anjos e a música popular brasileira e terás Malta D'areia.
A jogada foi a seguinte: Paulinho Lêmos, Roberto Bozzetti, Renato Calaça, Tunico Frazão, Fatinha Lannes, Paulinho Leitão, integravam o grupo de compositores baseado na pesquisa, leitura, composição, interpretação, criação da MPB. O tal do Paulinho resolveu chocar, quebrar a banca mesmo: rompeu os padrões da produção musical chamada de MPB e escreveu um albúm repleto de poética mórbida e cotidiana. Logo a primeira faixa do albúm conta em primeira pessoa o caso de um cidadão que foi chutado de casa pela mulher, porém a mulher não conseguiu se sustentar e sumiu na prostituição. Porém ele havia feito um seguro de vida sem avisar a mulher e após o rempimento do casal, descobriu que estava com câncer terminal...

"Terás pelo resto da vida pensão alimentícia
só não sei o bordel que te encontro para lhe dar a notícia
nem tão pouco se atendes por Norma, Marli ou Letícia"

E segue assim, um som novo, gostoso de ouvir porém perturbador.
Pras quem gosta de pérolas, essa é uma que dificilmente você encontrará por aí!

Aproveite!

Malta D'areia - Cadáver pega fogo durante velório

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Invasão Neozelandesa

Esse som veio voando pelo oceano até chegar aqui no meu computador.
Direto da Nova Zelândia apresento Fat Freddy's Drop, mistura boa de Jazz/Soul/Dub/Regggae/Roots. Este é o segundo cd
Based on a true story (2005). Pra ter uma idéia, o vocalista, Joe Dokie, recebe esta alcunha por causa de seu avô, Duke Ellington... Responsa essa hein? Mas o cara segura essa bronca de boa.
Destaque para a faixa 4 (Ray Ray).

Aproveita ae!




Fat Freddy's Drop - Based on true story (2005)


Fat Freddy's Drop - Cay's Crays LIVE